Possíveis sinais de vida alienígena encontrados em exoplaneta próximo, relata estudo!
- marcocenturion
- 17 de abr.
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"Dado tudo o que sabemos sobre este planeta, um mundo Hycean com um oceano repleto de vida é o cenário que melhor se encaixa nos dados que temos."
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Por Mike Wall
Traduzido por Marco Centurion

Cientistas encontraram novas evidências de possíveis gases com bioassinatura no exoplaneta próximo K2-18b, fortalecendo a hipótese de que ele pode sustentar vida alienígena.
Em 2023, pesquisadores usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA relataram a possível presença de sulfeto de dimetila (DMS) em K2-18b, que é quase nove vezes mais massivo que a Terra e orbita na “zona habitável” de uma estrela a cerca de 120 anos-luz de distância de nós.
Aqui na Terra, o DMS é produzido principalmente por formas de vida, mais prolificamente por fitoplâncton e outros microrganismos marinhos, por isso o estudo de 2023 foi recebido com certo entusiasmo. Isso se deu pela natureza preliminar da descoberta; as observações do JWST eram consistentes com a presença de DMS, mas não o confirmavam. Então a equipe de estudo observou novamente, mas de uma forma um pouco diferente desta vez.
O JWST pode sondar atmosferas de exoplanetas quando esses mundos “transitam”, ou cruzam a face de suas estrelas hospedeiras do ponto de vista do observatório: o telescópio detecta certas moléculas no ar com base nos comprimentos de onda da luz estelar que elas absorvem.
A equipe fez a detecção inicial e provisória de DMS utilizando os instrumentos NIRISS (Imagem por Infravermelho Próximo e Espectrógrafo sem Fenda) e NIRSpec (Espectrógrafo por Infravermelho Próximo) do JWST. Para o novo estudo, os pesquisadores usaram o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do telescópio de US$ 10 bilhões, que examina diferentes comprimentos de onda da luz.
O MIRI também detectou a "impressão digital" do DMS (e/ou dissulfeto de dimetila, ou DMDS, um primo químico próximo e também uma possível bioassinatura), relatam os pesquisadores no novo estudo, que foi publicado online hoje (17 de abril) na revista The Astrophysical Journal Letters.
"Esta é uma linha independente de evidência, usando um instrumento diferente do que usamos antes e uma faixa de comprimento de onda diferente da luz, onde não há sobreposição com as observações anteriores. O sinal apareceu forte e claro."
disse em comunicado Nikku Madhusudhan, professor no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, que liderou ambos os estudos sobre K2-18b.
Com base em seu tamanho e outras características, os astrônomos suspeitam que K2-18b possa ser um mundo "Hycean" — uma classe de exoplaneta proposta em 2021 que possui um enorme oceano de água líquida e uma atmosfera rica em hidrogênio. ("Hycean" é um amálgama das palavras "hydrogen" e "ocean", ou seja, "hidrogênio" e "oceano").
E a atmosfera de K2-18b também é rica em DMS e/ou DMDS, segundo o novo estudo. Os pesquisadores estimam concentrações superiores a 10 partes por milhão em volume, em comparação com menos de uma parte por bilhão aqui na Terra.
"Trabalhos teóricos anteriores haviam previsto que altos níveis de gases à base de enxofre como DMS e DMDS são possíveis em mundos Hycean. agora os observamos, em conformidade com o que foi previsto. Dado tudo o que sabemos sobre este planeta, um mundo Hycean com um oceano repleto de vida é o cenário que melhor se encaixa nos dados que temos."
disse Madhusudhan.
Madhusudhan e sua equipe não estão afirmando ter detectado vida alienígena; eles dizem que mais pesquisas são necessárias para confirmar e aprofundar suas descobertas. Outros cientistas compartilham dessa opinião, e alguns estão injetando doses mais fortes de ceticismo no debate em torno de K2-18b e seu potencial para abrigar vida.
Um deles é o astrônomo Chris Lintott, que discordou da caracterização "forte e clara" feita por Madhusudhan sobre o sinal de DMS/DMDS.
"Enquanto isso, o artigo revisado por pares diz: ‘Embora [a presença das moléculas] DMDS e DMS explique melhor as observações atuais, sua significância combinada ... está no limite inferior da robustez exigida para evidência científica’," escreveu Lintott, professor de astrofísica da Universidade de Oxford, na rede social BlueSky no dia 16 de abril.
Detectar sinais de vida alienígena é uma tarefa complicada, e confirmá-los é ainda mais difícil, especialmente em um mundo como K2-18b, que não poderemos investigar de perto num futuro próximo, se é que algum dia poderemos. Portanto, é de se esperar que o debate, e a coleta de dados, continue.
Artigo original encontrado em space.com (originalmente publicado em 16/04/2025)
Link para acesso ao original: https://www.space.com/the-universe/exoplanets/possible-signs-of-alien-life-found-on-nearby-exoplanet-study-reports
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